Google+ A posição da Igreja em relação aos métodos contraceptivos ~ APOLOGÉTICA DA FÉ CATÓLICA



Publicidade

quinta-feira, 7 de março de 2013

A posição da Igreja em relação aos métodos contraceptivos




A posição da Igreja em relação aos métodos contraceptivos

Lúcia de Fátima Studart Meneses
Consagrada na Comunidade de Aliança Shalom
“Ninguém pode ter a Deus por Pai que não tenha a Igreja por mãe” (São Cipriano).

Como uma mãe dedicada, a Igreja nos orienta, alimenta e forma. Longe de ser a madrasta que o mundo tenta pintar, ela é acolhedora e quer apenas o nosso bem. O problema é que muitas vezes não queremos aceitar o bem por bem, e acabamos por considerá-lo um mal.

Transmitir a vida é um dos dons que Deus deu ao homem. Porém, se faz necessário programar essa mesma transmissão, de maneira responsável e consciente. Esse tem sido um desafio aos casais que, muitas vezes por ignorância, adotam métodos que são causadores de incompreensões, falta de diálogo e ainda trazem conseqüências terríveis à saúde.

A Igreja, sempre atenta às dificuldades dos seus fiéis, se pronunciou a esse respeito em 1968, através da encíclica: “Humanae Vitae”. Nela, o Papa Paulo VI apresenta um ensino coerente, tanto acerca da natureza do matrimônio, quanto sobre o reto uso dos direitos conjugais e dos deveres dos cônjuges.

Considera a paternidade responsável sob diversos aspectos: em relação aos processos biológicos, ela significa conhecimento e respeito pelas suas funções. Em relação às tendências do instinto e das paixões, significa o necessário domínio que a razão e a vontade devem exercer sobre elas. Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável se exerce tanto com a deliberação ponderada e generosa, como com a decisão tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento.

Em vista a todos esses conceitos e definições, podemos concluir que a única via legítima para a regulação dos nascimentos são os métodos naturais, pois apenas eles conduzem o casal à verdadeira paternidade responsável.

O relacionamento conjugal é fruto do amor e tudo o que é amor toca diretamente o coração de Jesus e, portanto, interessa imediatamente à Igreja, enquanto esposa de Cristo. A Igreja intervém, então, como guardiã do amor. Quando ela recomenda a seus fiéis que não utilizem a pílula ou qualquer instrumento que interrompa a concepção, mostra isso como contrário à ordem da sabedoria de Deus.

Infelizmente, ao ouvirmos sobre os métodos naturais de controle da natalidade, logo nos vem uma rejeição, fruto da desinformação e de comentários infiéis. Na verdade, não podemos falar sobre o que não conhecemos e, por desconhecimento, somos alvo fácil da propaganda enganosa a respeito dos métodos naturais.

O trio contracepção-esterilização-aborto é uma indústria multinacional, multimilionária, ao passo que o planejamento familiar natural é gratuito. Todos os casais têm o direito de, pelo menos, conhecer os métodos para fazerem livremente sua escolha.

Muitos são os métodos anticoncepcionais. Os métodos artificiais de contracepção mais conhecidos e utilizados são: pílula, camisa-de-vênus e DIU e os naturais: tabela, temperatura, sintotérmico, billings e coito interrompido.

Métodos artificiais

A pílula

Produz três resultados: 1) Tende a suprimir a ovulação, ou seja, esteriliza. Acarreta, portanto, muito mais que um efeito de caráter ginecológico. 2) Causa danos ao colo do útero, impedindo a produção da secreção que nutre os espermatozóides. 3) Perturba o processo de preparação do útero, cada mês, para que possa receber o embrião, ou seja, uma nova vida. Além disso, pode a pílula, não tendo impedido a ovulação e a concepção, alterar o tempo de chegada do embrião ao útero, fazendo com que seja rejeitado. Resumindo, a pílula é abortiva.

A camisa-de-vênus – “camisinha”

Usada segundo as indicações e sendo de alta qualidade, tem aproximadamente 97% de eficácia. Porém, pela falha no uso, reduz a eficácia para cerca de 80%.

O uso da “camisinha” pode inibir a espontaneidade e provocar perda de ereção, resultando em frustração. Ela ainda pode causar irritação na vagina, além de diminuir a sensação, por não ter com o pênis o contato direto.

DIU (Dispositivo Intra-Uterino)

Impede o desenvolvimento de uma nova vida, pois causa uma reação inflamatória do endométrio de tal forma que o ovo não pode se implantar.

Alguns tipos de DIU levam o risco de perfuração do útero ou da cérvix. Estatísticas apontam que essa perfuração atinge cerca de uma mulher em cada 300 (Escudo Dalkon) e uma em cada 3000 (Cobre T).

A incidência de gravidez, expulsão e remoção devida aos efeitos colaterais é alta no primeiro ano de uso, depois diminui. O DIU tem uma eficácia de 94 a 99%. Se uma gravidez ocorre com o DIU colocado, a possibilidade de aborto espontâneo é de 30 a 50%. Usuárias de um DIU estão aptas a sofrer um aumento de fortes períodos menstruais, especialmente nos primeiros meses de uso.

Enquanto mais e mais mulheres estão preferindo esse método, em razão da insatisfação com a pílula, o DIU não parece resolver o problema delas. Além da possibilidade de cãibras dolorosas, desordens menstruais e infecção interna, algumas mulheres exprimem sentimentos de indignação pela idéia de ter de tolerar por anos e anos aparelhos de metal ou plástico dentro de seus órgãos reprodutores.
Métodos naturais

Ogino-Knaus (Tabela)

Baseia-se no fato de que a ovulação usualmente ocorre dez a dezesseis dias antes da próxima menstruação. Quando ciclos são regulares, o método funciona bem. Porém, tão logo ocorra qualquer irregularidade, o método falha.

Temperatura

Consiste na tomada da temperatura, pela manhã, diariamente. Sua eficácia é comprovada, porém, apresenta algumas dificuldades como: abstinência nos períodos anovulatórios, lactação e pré-menopausa, além da dificuldade do reconhecimento da fase fértil nos estados febris, como gripes e infecções.

Sintotérmico

Combina vários elementos do método da temperatura e da ovulação. O problema principal com a combinação é que, se os diferentes sinais de ovulação estão em discordância, há uma tendência para confusão, ansiedade e abstinência. Assim, o controle da fertilidade se torna muito mais complexo do que deve.

Ovulação Billings

Foi criado pelo Dr. John Billings, que começou sua pesquisa em 1953. Ele veio superar as dificuldades e os pontos fracos dos métodos anteriores. Baseia-se na percepção da própria mulher a respeito do muco produzido pela cérvix (colo uterino). Aplica-se a todas as fases da vida reprodutiva, ciclos regulares, ciclos irregulares e anovulatórios, amamentação, pré-menopausa e depois de deixar o uso da pílula.

É apontado como o método ideal, por ser gratuito, seguro, não causar danos à saúde e favorecer ao casal diálogo e amor.

Coito interrompido

Consiste na retirada do pênis no momento da ejaculação. Embora seja um método natural, não é aceito pela Igreja, porque interrompe a relação de forma egoísta e muitas vezes levando à esposa uma frustração por não ver completada a relação e, o que é mais grave, levando muitas vezes o homem a ter ejaculação precoce.

É um método falho, pois mesmo antes da ejaculação pode haver liberação de espermatozóides, o que poderia ocasionar a fecundação indesejada.

BOX

Amadurecimento do amor e da unidade

Tenho 12 anos de casada e posso assegurar que o nosso relacionamento conjugal passou a ser o principal fator no amadurecimento do amor e na unidade quando, há sete anos, conhecemos o método Billings. Além disso, passei a amar a Igreja ao perceber o seu zelo em nos apontar sempre o melhor para nossa vida.

Sei das dificuldades em abraçar o planejamento natural, pois precisamos vencer nossos medos e egoísmo – inimigo do verdadeiro amor –. É preciso também assumir com responsabilidade a missão, tão bela e grave, que Deus nos confiou, estando abertos à sua vontade, que nem sempre coincide com a nossa.

Deus não ordena o impossível, antes, todo mandamento traz consigo uma graça que possibilita à liberdade humana cumpri-lo.

No próximo número explicaremos detalhadamente o método Billings, que é um método libertador e apaixonante.

Bibliografia:
- Paulo VI, Papa. Humanae Vitae. 6ª ed. São Paulo: Paulinas, 1992.
- Billings, Evelyn e Westmore, Ann. O método Billings. São Paulo: Paulinas, 1983.
- Billings, John. O dom da vida e do amor. São Paulo: Loyola, 1995.
- Philippe, Marie-Dominique. No coração do amor. São Paulo: Paulinas, 1997.
Encaixe
Se faz necessário analisarmos ainda o ato conjugal sob dois aspectos inseparáveis: união e procriação. Todo ato deve levar o casal à unidade e deve também estar aberto à vida.

Muito se fala que a Igreja ensina que todo ato conjugal deve resultar numa gravidez, o que é uma inverdade, pois Deus dispôs com sabedoria leis e ritmos naturais de fecundidade, que já por si mesmos distanciam o suceder-se dos nascimentos. O que a Igreja orienta é que se observe as normas da lei natural.
Fonte: Revista Shalom Maná

0 comentários :

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by |